16/08/2011
O governo federal começará a montar o quinto reator nuclear a partir do ano que vem. Será o quinto em funcionamento no país e o maior da América Latina. Sua potência será quatro vezes superior ao maior equipamento em funcionamento por aqui. A intenção do projeto é fabricar elementos essenciais para a medicina atual: isótopos radioativos.
O governo federal começará a montar o quinto reator nuclear a partir do ano que vem. Será o quinto em funcionamento no país e o maior da América Latina. Sua potência será quatro vezes superior ao maior equipamento em funcionamento por aqui. A intenção do projeto é fabricar elementos essenciais para a medicina atual: isótopos radioativos. Essas substâncias, por sua vez, são usadas para fabricar radiofármacos. Os radiofármacos são partículas emissoras de radiação utilizadas para radioterapia e exames de diagnóstico por imagem. Sua principal aplicação é contra o câncer, além de doenças cardíacas e neurológicas
O Brasil consome anualmente 3,5 milhões de aplicações em radiofármacos. Com a importação de isótopos radioativos, o país gasta R$ 72 milhões. A autosuficiência na produção dessas substâncias é estratégica. Em março, o reator nuclear instalado em Chalk River, no Canadá, começou a vazar. As instalações então tiveram de ser fechadas e permaneceram sem funcionar durante os três meses seguintes. O reator fornece mais da metade do molibdênio-99 usado no mundo, destinado ao tratamento de 27 milhões de pessoas a cada ano. Foi a segunda pane do equipamento em dois anos. Sempre que isso acontece há escassez global do produto. Somente com a importação do molibdênio-99 o Brasil gasta R$ 32 milhões.
O reator nuclear brasileiro deverá ser instalado em Aramar, no estado de São Paulo. O investimento será alto: US$ 500 milhões. O projeto é do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), ligado à Universidade de São Paulo. A entrada do reator em operação significará um faturamento de R$ 37 milhões por ano com o molibdênio-99, além de outros R$ 25 milhões com o iodo-131, outro isótopo bastante utilizado na produção de fármacos.
O equipamento brasileiro terá ainda outra aplicação, que deverá causar protestos por parte dos ambientalistas. O reator fará parte do programa brasileiro de energia nuclear. Depois de Angra 3 o governo brasileiro planeja fazer outras quatro usinas. O Brasil consegue hoje fabricar o próprio combustível nuclear mas precisa importar uma série de materiais. Para o programa nuclear brasileiro decolar é necessário um reator desse porte. Os ativistas do ambiente reclamam que as instalações nucleares podem não ser seguras para o meio e para a sociedade.
Por: João Alvarenga
De: http://planetainteligente.terra.com.br/noticias_integra_reator.php