03/12/2014
Notícia veiculada na Revista Língua Portuguesa
Acredita-se que, séculos antes de Cristo, os índios da América do Norte observaram que o carvalho era a árvore mais atingida pelos raios. A partir daí, teriam concluído que o imponente vegetal era a morada dos deuses na Terra. Daí a insólita conclusão: toda vez que se sentissem culpados por alguma coisa, batiam no tronco dos carvalhos com os nós dos dedos, forma de pedir perdão aos deuses. Desde esses tempos imemoriais os seres humanos recorrem ao desconhecido que os apavora e nele buscam socorro. Outros exemplos da mesma atitude povoaram a cabeça de todas as hordas desde a pré-história. Entre nós, os índios apelavam para Tupã e outras entidades em busca de socorro. O pavor sempre foi parecido, desde a saga escandinava com Odin e Thor, até os altiplanos andinos e alpinos, na convicção de que o recurso aos deuses amainaria punições e que os deuses estariam atentos e predispostos ao perdão pelos malfeitos humanos.