16/08/2011
Pesquisador brasileiro desenvolve programa capaz de avaliar a possibilidade de ocorrência de inundações em uma região e permitir a adoção de medidas para prevenir desastres ou minimizar seus danos. Por: Larissa Rangel Publicado em 04/03/2010 De: http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2010/03/sistema-antienchentes
Pesquisador brasileiro desenvolve programa capaz de avaliar a possibilidade de ocorrência de inundações em uma região e permitir a adoção de medidas para prevenir desastres ou minimizar seus danos.
Por: Larissa Rangel
Publicado em 04/03/2010 | Atualizado em 04/03/2010
Várias cidades brasileiras, como São Paulo , sofrem com os problemas gerados pelas inundações decorrentes das fortes chuvas (foto: flickr.com/renatamiyagusku - CC BY-NC-SA 2.0).
Todos os anos, em diferentes épocas, várias cidades brasileiras sofrem com o drama das enchentes. E se pudéssemos evitar ou amenizar os danos causados pelas fortes chuvas? Essa é a proposta de um sistema desenvolvido na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP). Ele consiste em um programa de computador que reúne dados geográficos de determinada região e avalia a possibilidade de ocorrerem problemas como inundações. Dessa forma, é possível agir com antecedência e até prever certos desastres, como deslizamentos.
O Sistema de Suporte à Decisão para Gestão de Água Urbana – nome dado ao programa – realiza uma grande análise a partir de um banco de dados sobre clima, solo, temperatura, pluviosidade, demografia e infraestrutura da região. As informações são fornecidas por profissionais de várias áreas – urbanistas, arquitetos, engenheiros e geólogos –, que estudam a região e simulam variados cenários. A partir daí, a equipe pensa nas melhores soluções para cada situação possível.
“O problema das enchentes é de gestão”
“O problema das enchentes é de gestão”, afirma o autor do projeto, o engenheiro civil Sidnei Ono, da Poli/USP. “Por isso, é importante conhecer bem a região com que estamos lidando para tomar as decisões certas.”
O pesquisador explica que a ideia de desenvolver o sistema surgiu a partir de um estudo realizado pela Poli/USP na bacia do rio Cabuçu, localizado no norte de São Paulo. Esse rio é um exemplo típico da combinação entre crescimento urbano desordenado e falta de ação dos governantes, o que resulta em tragédias para toda a população.
Por enquanto, o sistema criado por Ono ainda é restrito a esse projeto, batizado de Cabuçu de Baixo. Desde 2002, cientistas de diferentes áreas rastreiam informações sobre a região para reuni-las em um banco de dados. “As bacias são dinâmicas e a única maneira de controlá-las é fazer uma análise constante e, em seguida, simulações para o presente ou futuro”, diz. A expectativa do engenheiro é disponibilizar o programa na internet, para que pesquisadores interessados possam desenvolver projetos similares em outras regiões.
O programa de avaliação de risco de enchentes foi desenvolvido inicialmente para a bacia do rio Cabuçu, em São Paulo, mas pode ser aplicado em diferentes regiões.Gerenciar para prevenir
O criador do sistema prefere defini-lo como um “programa de gerenciamento”, voltado para gestores em geral. “O sistema é útil para prefeitos, engenheiros responsáveis por alguma área ou qualquer outro usuário”, garante.
A grande vantagem do programa é sua capacidade de encontrar áreas de risco de desabamento
Para Ono, a grande vantagem do programa é sua capacidade de encontrar áreas de risco de desabamento, o que permite a realocação dos moradores e evita acidentes mais graves. “O mais importante, entretanto, é ter em mente que é necessário controlar a ocupação humana”, destaca. “Para isso, os órgãos do governo devem ter uma atitude de gestão.”
A iniciativa foi reconhecida pela Associação Brasileira de Recursos Hídricos, que concedeu ao projeto o prêmio Jovem Pesquisador durante o 18º Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos.
Larissa Rangel
Ciência Hoje On-line