Notícia

16/08/2011

Entenda como a Haco, empresa catarinense líder mundial no segmento de etiquetas, planeja dobrar de tamanho em cinco anos

Elas estão na calça jeans que você coloca para ir trabalhar, no uniforme do seu time do coração ou na toalha que te ajuda a se secar depois de um bom banho. Pode abrir o guarda-roupa e conferir. Não importa se você prefere grifes finas como Calvin Klein ou Victoria Secret’s ou se compra suas roupas em grandes redes de varejo como Renner e Riachuello.

Elas estão na calça jeans que você coloca para ir trabalhar, no uniforme do seu time do coração ou na toalha que te ajuda a se secar depois de um bom banho. Pode abrir o guarda-roupa e conferir. Não importa se você prefere grifes finas como Calvin Klein ou Victoria Secret’s ou se compra suas roupas em grandes redes de varejo como Renner e Riachuello. Nem mesmo se faz o tipo esportista e só usa Nike e Adidas. E também não tem problema se os jogos de cama, mesa e banho da sua casa sejam da Teka, Karsten ou Buettner. Vai ser difícil não encontrar pelo menos uma peça cuja etiqueta tenha sido fabricada pela Haco, líder mundial no segmento. Todas essas (e outras milhares) de marcas são clientes da empresa catarinense, que produz 3 bilhões de etiquetas por ano – o equivalente a 240 milhões de metros –, possui 6 mil clientes só no Brasil e detém 70% do mercado nacional.

Mesmo com a soberania traduzida pelos números, a Haco tem fôlego para crescer ainda mais. A previsão é dobrar de tamanho nos próximos cinco anos, informa o CEO Alexander Stefan Dattelkremer. O executivo recebeu a reportagem do Noticenter na matriz da empresa, localizada em Blumenau, e falou sobre as ações que estão sendo e serão tomadas para suportar a expansão dos negócios. Apesar de não citar valores de faturamento – a Haco é uma empresa de capital fechado –, Stefan afirma que o volume de vendas subiu em torno de 20% em 2010, índice que deve se repetir em 2011 – mesmo se tratando de “um ano de reestruturação”. Confira a seguir os principais pontos da entrevista e entenda como um bom planejamento e a revisão de processos internos podem ajudar sua empresa a colher bons frutos no futuro.

REESTRUTURAÇÃO INTERNA

A Haco surgiu da mesma maneira que centenas de outras indústrias catarinenses, principalmente da região dos Vales: fundada por imigrantes alemães e com uma estrutura inicial essencialmente familiar. Mas já se vão mais de 80 anos desde que a família Conrad comprou uma pequena fábrica de cadarços de algodão na Vila Itoupava – região onde a fabricante mantém sua matriz até hoje. Nesse período, a empresa cresceu, rompeu barreiras, desenvolveu produtos exclusivos e conquistou a liderança mundial no segmento de etiquetas tecidas.

Agora, mesmo consolidada, a Haco está promovendo uma grande reorganização interna para seguir crescendo. As alterações abrangem desde a estrutura física, que inclui unidades de negócios, fábricas e áreas da empresa, até a revisão de processos, da captação da matéria-prima até o faturamento. O objetivo é otimizar ainda mais a produção e minimizar perdas. “Estamos trabalhando fortemente sobretudo para melhorar a nossa eficiência operacional”, destaca Stefan.

Algumas mudanças já são mais visíveis, principalmente na área comercial. A Haco contratou mais representantes comerciais para ampliar a cobertura no Brasil. Também houve troca de comando nas gerências regionais Sul, Nordeste e São Paulo, além da criação de um escritório específico para o Rio de Janeiro e a contratação de um gerente nacional de vendas.

Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos serão massivos. Hoje a empresa já possui uma equipe com mais de 40 profissionais especializados em moda e design que buscam informações nos principais centros de tendências mundiais. O capital humano também será lembrado, garante Stefan. “Os colaboradores de todos os setores terão igual oportunidade de crescimento, acompanhando a empresa”, diz o executivo. “Com a reestruturação, novos cargos de chefia serão abertos e quem estiver pronto para crescer será indicado”, acrescenta.

No chão-de-fábrica, a meta é se aproximar ao máximo dos 100% da capacidade produtiva. A Haco possui mais de 800 máquinas ativas. Até pouco tempo atrás, era uma das poucas fabricantes do mundo a usar teares de lançadeira, construídos pela própria empresa na década de 40, época em que as importações eram restritas em função da Segunda Guerra Mundial. Esse tipo de equipamento, explica Stefan, era o único capaz de utilizar fios 100% naturais como o algodão, por exemplo, que sofria com o risco de combustão nos aparelhos eletrônicos. Uma tecnologia desenvolvida internamente, no entanto, agora permite a produção de etiquetas 100% algodão nas máquinas eletrônicas, sem risco de queimaduras. “Os antigos teares não estão mais sendo utilizados”, afirma Stefan.

INTERNACIONALIZAÇÃO

A Haco já exporta para 32 países, mas quer aumentar sua participação no mercado internacional. No início deste ano, a fabricante abriu um escritório em Hong Kong através de uma joint-venture com uma empresa local, que acumula 25 anos de experiência na área têxtil. O trabalho foi coordenado por Stefan, que já havia sido responsável por montar as operações da C&A na China. A unidade, garante o executivo, permite que clientes que produzem na Ásia tenham junto aos faccionistas locais o mesmo padrão de qualidade em cores, texturas, informações e acabamentos das etiquetas fabricadas no Brasil.

O escritório na Ásia, por enquanto, vai prestar serviços de desenvolvimento de amostras de produtos de identificação no Brasil, aprovação de coleções, controle de qualidade e elaboração de relatórios de quantidade e entregas por faccionista. Mas a ideia da Haco é construir uma fábrica na região. Seria a segunda da empresa fora do país – já possui uma em Covilhã, em Portugal. Os planos de internacionalização também incluem uma unidade fabril no Marrocos, que atenderia o Egito, a Tunísia e o Norte da África. “Mas esta é uma ideia que ainda está amadurecendo. Primeiro queremos entender esse mercado para depois pensar em planta”, pondera Stefan.

NOVAS TECNOLOGIAS, PRODUTOS EXCLUSIVOS

Um dos grandes segredos do sucesso da Haco são os investimentos em produtos exclusivos. A empresa é responsável por algumas das principais inovações tecnológicas no segmento de etiquetas. Entre os destaques está a fabricação de etiquetas RFID (Radio Frequency Identification), que contêm um chip com informações sobre os produtos, transmitidas e captadas por ondas de rádio frequência.

De acordo com Stefan, uma das novidades da Haco são as etiquetas em braile. “Queremos cada vez mais atingir nichos antes pouco explorados pelo mercado”, afirma o executivo. A empresa também fabrica etiquetas tecidas com sequência numérica – tornando cada peça um modelo único. A produção ainda engloba as linhas Photofix, que utiliza um tear especial que trabalha com fios muito finos, capazes de tecer uma foto; Sensitive, chip que acompanha a etiqueta e serve para controle antifurto; Security Label, com fio de segurança à prova de falsificações; Neo, material sintético que muda de cor e emite luz verde; e Fios de Bambu, etiqueta a base de fibras naturais, biodegradável e que não utiliza agrotóxicos.

DIVERSIFICAÇÃO DO MIX

Hoje o segmento de etiquetas, divididas em tecidas, estampadas e sintéticas, representa 70% do faturamento da Haco. Apesar de ser amplamente conhecida por fabricar este tipo de produto, a empresa blumenauense também possui em seu mix uma linha de cadarços, tecidos jacquard – com desenhos mais complexos –, fitas, transfers, tag’s, rótulos e produtos sintéticos. De acordo com Stefan, a meta é ampliar a participação desses outros itens nas vendas. “Vamos aumentar a produção de etiquetas, que continuarão a ser o nosso principal produto, mas a participação deste segmento no faturamento deve ser menor daqui alguns anos”, informa o executivo.


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